A música tem um poder muito grande de abrir nosso coração para Deus, diz pai de família de músicos
“Que bom é ser servo de Deus em meio aos cantos, servir com aquilo que é belo”, diz Leandro Ávila. Ao lado da mulher Daiane e dos cinco filhos, ele canta e toca nas missas e eventos da Igreja em Farroupilha (RS). Para ele, “a música tem capacidade de acalentar o coração e nos levar para Deus. Faz um bem enorme para as famílias cantar juntos e servir juntos a Deus. Nesses tempos em que as crianças estão envolvidas com tecnologia, algo como a música, que exige disciplina e dedicação, é um grande bem”.
Leandro canta, compõe e toca violão desde jovem. “Meu avô gostava muito de artes, meu tio era poeta e o outro violonista. Descobriram que eu era afinadinho e a música sempre fez parte da minha vida”, conta. O casamento com Daiane fortaleceu ainda mais essa vocação. “Ela começou a cantar comigo e nunca mais parou”, diz.
Os filhos seguiram os passos dos pais: Mariana, de 25 anos, toca violão, flauta e canta; João, de 19, toca acordeon e canta; Maria, de 17 anos, toca violoncelo; Gabriela, de 14 anos, estuda piano e canto.
A caçula, Cecília, completou dois anos ontem (21) e já segura o microfone durante as missas. O nome foi escolhido em homenagem à padroeira dos músicos, cuja memória a Igreja celebra hoje (22). “Santa Cecília sempre esteve presente na nossa casa, que é muito musical. Quando descobrimos a última gravidez, todos os filhos foram unânimes: tem que ser Cecília em homenagem a Santa Cecília”, conta Leandro. Por coincidência ela nasceu na véspera do dia da santa.
“O nosso serviço à Igreja é cantar juntos em família e a pequena Cecília ainda não canta, mas fica com o microfone na mão”, contou. Para ele, além de ser oração, a música é também uma forma de educar. “Ela nos aproxima do Belo que é Deus, mas também desenvolve nossa capacidade lógica e o pensamento”.
Além das celebrações, a família participa de casamentos e eventos, misturando música católica e regional. “A gente canta em casamentos, como família Ávila, e também em shows regionais, unindo músicas católicas com boa música secular.”
“A música é uma grande forma de comunicação com Deus”, disse. Ele compôs o álbum Meu Descanso, indicado ao Prêmio Mundial de Música Católica, junto com Pablo Voloski e Fabrício Medeiros. O álbum teve um significado especial, pois foi lançado depois que passou por uma cirurgia cardíaca e um longo processo de recuperação. “São músicas que ou são uma resposta de Deus, ou um questionamento meu a Deus. Esse álbum fala da minha intimidade com Deus. Quando preciso falar com Ele, uso a música para fazer isso”.
“Eu não quero ser artista, quero ser servo de Deus. Meu grande desejo é chegar no céu e Deus não me dizer: não te conheço, pois você falou de si mesmo e tentou aparecer”, acrescentou. “Não estou aqui para levar a mim mesmo, meu grande desejo com o álbum Meu descanso é levar as pessoas a experimentarem o Deus que eu experimento”.
“Quero poder servir a Deus com a minha arte, com a minha música, com o meu coração. Essa é a vontade da minha vida: amar a Deus”, concluiu.
Com informações Nathália Queiroz Acidigital



