Aqui é Meu Lar deste sábado mostra uma família que se formou na cidade e decidiu adotar o interior para viver e produzir orgânicos

A Miriam Caravaggio 95.7 FM, veicula neste sábado dia 02 de dezembro de 2023, o nono programa “Aqui é Meu Lar”, com o tema “Pés no interior, olhos na cidade. Volta às origens” O tema aborda pessoas que vivem no interior e estudam na cidade, ou que por muito tempo tiveram uma vida urbana e decidiram ir para o interior produzir, nascidos, ou não no interior. Neste sábado o programa vai à capela de Monte Bérico, (3º Distrito de Farroupilha), para conversar com a família de Volnei Arsego, 55 anos. Um agricultor que depois de viver por muitos anos na cidade, retornou às origens, cultivar uva, cítricos e caqui na antiga propriedade de seus descendentes.

Volnei mora com a esposa Clarice Specth e a filha Larisa Arcego em uma propriedade de 10 hectares, a metade da terra que pertencia ao seu bisavô e avô. Com o passar do tempo ele foi adquirindo a área com o intuito de retornar para a agricultora e continuar a história dos Arsego. Volnei nasceu em Monte Bérico, em uma residência próxima, enquanto sua irmã, Lucinda, nasceu na cidade de Farroupilha, onde reside até hoje. O pai, Alexandre Valentin Arsego, ficou na colônia até Volnei completar dois anos de idade, depois migrou para a cidade, onde fez carreira na indústria. A primeira moradia dos Arsego, depois de deixar Monte Bérico, foi em uma casa alugada onde hoje é a reserva dos índios, naquele local o seu pai se empregou em um britador, que pertencia a seus primos (antigo Britador Dalsóchio). Após desfeita a sociedade dos primos, Alexandre, comprou um terreno em Nova Vicenza, onde vive até hoje.

Volnei estudou na Escola Municipal Carlos Fetter e começou a trabalhar ainda muito jovem, com 12 anos se empregou em uma fábrica de calçados. Mais tarde foi trabalhar na Tramontina, onde ficou por 32 anos até se aposentar. Lá dentro fez vários cursos de aperfeiçoamento na área industrial e tecnológica, chegou a cursar Engenharia, mas devido as dificuldades da época não concluiu o curso. Ele conta que mesmo tendo uma vida urbana, o amor pela terra nunca afastou-se de si. A partir do ano 2000 começou a investir na compra de terra até constituir a propriedade em que mora hoje, com a esposa e a filha Larissa, desde 2012. Volnei conta que sempre desejou ter um sítio, onde pudesse ter um momento diferente de lazer e tranquilidade, sentimentos que hoje lhe deixam feliz e comemora com alegria e com prazer de poder expressar.

No entanto, o novo agricultor não se limitou apenas em ter um sítio para lazer, optou também por produzir, para que a área não ficasse ociosa e com isso pudesse incrementar a renda da aposentadoria. Mas para isso, pensou em um tipo de produção que não exigisse muito trabalho e transtorno, decidiu cultivar parreira, caqui e cítricos (limão e laranja).  Após buscar informações com a Cooperativa Ecocitrus de Montenegro, decidiu plantar tais variedades, no sistema orgânico. “Eu não queria mais trabalhar tanto com veneno, pode ser que o valor seja um pouco mais inferior, mas eu queria uma produção diferenciada, que não exigisse muito de mim”, justifica. Seu objetivo também era manter-se na ativa por mais um tempo, já que se aposentou muito cedo e percebeu que ainda é muito novo para ficar parado.

Diante de tudo isso, Volnei optou pela produção orgânica no cultivo de uva Isabel e Moscato Embrapa, com uma produção em média de 25 toneladas por ano, em uma área de um hectare e meio. Já no cultivo do cítrico, ele acredita que a partir do próximo ano possa atingir em trono de 15 toneladas, pois a plantação ainda é nova e com apenas quatro anos de cultivo. Hoje a produção de uva é entregue avulsa para o mercado regional, mas ele está em tratativa para entregar em uma Cooperativa de orgânicos em Garibaldi. Volnei conta que desde o início da plantação visualizou a produção orgânica e seguiu todos os passos para a certificação, que determina no mínimo cinco anos de amostragem. “Quando eu botei os primeiros pés ali, eu já comecei trabalhar o orgânico, foi um pouco mais difícil, porque a gente estava acostumado trabalhar com outros defensivos enquanto que no orgânico você tem de criar seus produtos, é uma coisa um pouco mais diferenciada”, explica.

Clarice é funcionária pública e já trabalhou como técnica de enfermagem, hoje atua em uma escola do município. Na colônia ela ajuda quando tem tempo no pomar e nos afazeres da casa. Ela nasceu do estado do Paraná e veio para Farroupilha ainda criança, com os seus pais, que chegaram para trabalhar na indústria, inicialmente morando no bairro Cinquentenário e depois no Monte Pascoal. Ela é membra de uma família de oitos irmãos, sendo que sete residem em Farroupilha e um em Muçum. Clarice é mãe de Larisa, mas a família possui mais um filho, o qual ela é madrasta, mas esse reside na Irlanda do Norte, onde constituiu família e pretende permanecer naquele país. Clarice apesar de ter se criado na cidade, entende que a agricultura tem muito a oferecer, tanto como fonte de renda sustentável ou complementar. Ela convida para que as pessoas visitem o interior para curtir a beleza das plantações e suas riquezas naturais.

Larisa tem 16 anos e disse que gosta de morar no interior e pretende cursar futuramente Enologia ou Psicologia. Por enquanto mora com os pais e cursa o 2º Ano do Ensino Médio em Garibaldi no Colégio Teufânia. O desejo da Enologia vem da vivência com o pai que cultiva a fruticultura. Na Psicologia, o que chama atenção da jovem é o fato de já estar atuando como monitora na Escola Municipal Carlos Paese, na Linha Paese, no pré-escolar e atendendo um menino do 1º Ano. Ela classifica o interior como um lugar de muita paz e tranquilidade e como uma boa opção para quem deseja sair do agito e de ambientes tumultuados.

Volnei é suplente de vereador pelo PL (Partido Liberal) e já assumiu uma cadeira em meados de 2023, mas há pouco mais de um foi convidado pelo prefeito Fabiano Feltrin, para assumir o cargo de secretário Municipal da Agricultura, no município de Farroupilha. Ele relata que nunca imaginou chegar ao cargo, mas acredita que as coisas acontecem na vida sem planejar e é preciso assumir, embora entenda que pegou a pasta em um momento difícil, por ser um período de muita chuva. Por entender que nessas condições aumentam os problemas, principalmente na conservação das estradas, segue convicto do desafio.

O retorno para as origens é uma decisão que requer muita reflexão. Segundo Volnei quem deseja se tornar agricultor, que escute o coração e seja persistente, porque no não é uma tarefa tão fácil. Ele relata que a atividade na agricultura exige estar sempre em ação para cuidar da plantação, e essa tarefa aumenta no período de safra. Para ele o investimento na agricultura é alto e por isso quem deseja começar, que inicie com calma e aos poucos, com a consciência que o retorno financeiro não é imediato. Em compensação a vida no interior tem suas vantagens, por ser tranquila e em por estar em contato com a natureza. Finaliza dizendo que às famílias que moram na agricultura e tem os filhos que estão em dúvidas, é preciso incentivar e motivar os filhos para que eles absorvam e entendam as oportunidades que o setor proporciona.

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Galeria de Fotos: Rafaela Vargas