Aqui é Meu Lar desse sábado conta a trajetória de Fabiana Cantelli De Cesaro com sua agroindústria

A Miriam Caravaggio 95.7 FM, veicula nesse sábado, 05, o sexto programa “Aqui é Meu Lar”, com o tema “Essas Mulheres”, que trata do protagonismo feminino na agricultura e aborda o trabalho da mulher no interior, com sua visão empreendedora, capacidade de gestão, as dificuldades e os avanços diante de uma sociedade conservadora e preconceituosa. O destaque da entrevista é Fabiana Teresa Cantelli De Cesaro, moradora da comunidade de São Marcos, 2º Distrito de Farroupilha. Uma agricultora e empreendedora da agroindústria.

Natural da comunidade de São Pedro, nos Caminhos de Pedra em Bento Gonçalves, se casou com Vânio De Cesaro, o qual conheceu nos campos de futebol da região, há 22 anos, quando se mudou para São Marcos. Agricultura desde quando residia com seus pais, seguiu a função depois de casada. Porém, hoje é a maior responsável pela agroindústria Doces Coloniais Cantelli de Cesaro. Uma fábrica de geleias que produz em torno de 10 mil unidades por ano. Maior parte da matéria-prima vem dos 12 hectares de terra plantada: quatro de pêssego, que produz 80 toneladas e três de ameixa com 30 toneladas. Os outros cinco hectares são divididos na produção de 60 toneladas de caqui, 20 de kiwi e duas toneladas de figo. No período fora de safra são adquiridas outras frutas para completar a produção, que hoje chega perto de 20 variedades de sabores.

Vânio vem de uma família de agricultores e se criou com os pais e uma irmã, plantando uva e pêssego, em uma propriedade às margens da estrada que dá acesso à Linha 47. Atualmente ele, a esposa e os filhos Pedro Henrique, 17, e Giovani, 12, residem no centro do Distrito de São Marcos. Vânio explica que o pomar de onde saem as frutas, precisa passar anualmente por um processo de renovação nas plantas mais antigas, para que possa continuar produzido em qualidade e quantidade. Conta que quando as plantas atingem determinada idade, necessita ser substituída e isso tem que ser observado anualmente.

A colheita é o período que exige maior envolvimento de pessoas e por isso obriga aumentar a equipe. Vânio conta com a parceria de Jeferson, seu cunhado, mas também contrata diaristas para suprir a demanda. Além de abastecer a agroindústria, a produção é distribuída no comércio, principalmente para a central da rede IMEC em Lajeado, entre outros. Para ele são tantos os desafios que o agricultor enfrenta, como preços dos insumos, que compromete parte do lucro, assim como as intempéries que nem sempre garantem uma safra boa. No entanto, ele agradece a tecnologia por ser um elemento importante para o setor, porque chegou para facilitar o trabalho e contribuir para maior rentabilidade.

Os dois filhos, Pedro Henrique e Giovani, ainda jovem e adolescente respectivamente, não estão certos do que pretendem fazer no futuro, embora o desejo do pai é que eles sigam as atividades da agricultura. Pedro Henrique trabalha nos Caminhos de Pedro em um dos estabelecimentos comerciais daquele roteiro turístico. Ele planeja fazer uma faculdade na área de Tecnologia da Informação (TI), sem se envolver muito na área de alimentos, mas ajudar na agroindústria da família. A inspiração de cursar TI vem desde que comprou seu computador e posteriormente fez um curso Técnico de montagem e manutenção. Na escola cursa o terceiro ano do Ensino Médio, na escola Júlio Mangoni, na Vila Jansen. Giovani cursa o sexto ano na mesma escola e, quando pode, ajuda a mãe na agroindústria e outras pequenas atividades.

Com a criação da agroindústria, Fabiana, se dedica mais tempo para o empreendimento, embora não deixa de ajudar no pomar nos momento de maior demanda. A atividade da agroindústria exige que no período de safra o trabalho seja maior para utilizar as frutas no momento e preparar a poupa para a estocagem, para que a produção não sofra o processo de descontinuidade. A maior produção de geleia vem da fruta do figo, processada com nozes, e uva, que são produzidas no início do ano, quando Fabiana o esposo e os filhos trabalham exclusivamente para a agroindústria, período de colheita dessas variedades. A empresa surgiu em meio à pandemia e completou três anos de fundação. Fabiana diz que já estava em construção naquele momento, mas decidiram não suspender o empreendimento. O primeiro Alvará foi concedido em 2020 e no ano passado foi dado o primeiro passo para a expansão do negócio com a participação na Expointer. Depois veio Expoagro em Rio Pardo, Expodireto em Não-Me-Toque, Expobento, Fenakiwi e Expointer novamente este ano.

A chegada da Doces Coloniais Cantelli De Cesaro, é comemorada pela família, que hoje não depende exclusivamente da renda da produção das frutas. O capital que entra dos negócios da venda das gulosices completa a renda e oferecer conforto para ambos. Vânio conta que no início foi preciso vencer a burocracia e até a falta de conhecimento que o próprio município tinha para orientá-los sobre esse tipo de negócio. O auxílio da Engenheira Agrônoma da Emater, Paula Kunde Milech, foi importante para a agroindústria. Sem revelar o valor do investimento, ele garante que foi alto, mas se depender da vontade da família o negócio será ampliado. “Sim a gente pretende expandir, nós começamos com dois ou três sabores, e já estamos com quase 20 sabores. A ideia é aumentar e futuramente aumentar até o espaço da construção”, vislumbra.

A ideia de Fabiana deu certo. No início havia dúvidas, não por parte dela, que resolveu apresentar sua intenção para o marido, mas por ele, que no início não estava muito confiante. Todavia, logo entendeu e apoiou. Agora ele aconselha que é preciso apoiar quando elas, mulheres, tem ideias, pois com a presença do marido, os filhos e a persistência delas, seus planos dão certos. Já Fabiana, diz que estava procurando na época ter uma renda complementar para a família, pois dependia somente do pomar, eventualmente sofre em consequência das intempéries. Diante disso, entendeu que era possível aproveitar as frutas danificadas pelo granizo e fazer geleias. “Tu não tem muita segurança assim sabe, ai a gente pensou, vamos fazer geleias e deu certo. Então vamos investir na agroindústria, e ai a gente foi atrás, fomos conversando ali na Emater, ai ela deu as dicas de como a gente devia proceder para ir para frente, fizemos o cadastro e fomos atrás”, conta.

Fabiana disse que não há segredo para fazer uma boa guloseima, mas é fundamental colocar o carinho no que está produzindo, também faz parte uma boa seleção da fruta, que esse tipo de produto exige. Após, é saber o ponto certo de processar antes de embalar e buscar fazer cursos e trocar conhecimentos com outras pessoas. Quanto as tarefas que Fabiana precisa desempenhar, como mãe, agricultora, empreendedora e responsável pela empresa nas feira, ela conta com o apoio dos filhos e do marido. De sua parte, garante que é focar naquilo que se tem vontade e não desistir. “Eu acho que se a pessoa tiver vontade de fazer alguma coisa, qualquer que seja o negócio, não precisa ser só uma agroindústria, o que a pessoa tiver vontade de fazer, ela tem que tentar fazer, mas tem que ter os pés no chão também. Calcular bem os passos sabe, ir até onde dá, se não dá para ir mais espera mais um pouquinho, mas dá para fazer sim. O que a gente tem vontade”, aconselha.

Ela comemora o fato da mulher ter avançado nos seus direitos e reconhecimento da sociedade. No seu entendimento a valorização está bem melhor, pois sente-se reconhecida no seu trabalho, nas feiras onde participa e na própria Emater e Prefeitura. Para Pedro Henrique, o filho mais velho, a mãe é uma batalhadora e sempre foi atrás do que pretende fazer. “Ela estudou muito antes de abrir a agroindústria e quando abriu já conseguiu dar certo do jeito que ela queria. É uma pessoa muito especial para mim”, elogia.

AQUI É MEU LAR

É um projeto da Miriam Caravaggio 95.7 FM, que propõe aproximar ainda mais a emissora do interior de Farroupilha. Constitui-se em uma proposta específica que envolve esses moradores, com abrangência no município. “Aqui é Meu Lar”, visa discutir a sucessão rural, o protagonismo feminino na agricultura, as condições dos nossos agricultores, envolvimento com as comunidades, o cooperativismo e as políticas públicas e seus direitos.

O programa está em sua quarta edição e é veiculado nos meses de outubro, novembro e dezembro, aos sábados, às 10 horas, na sintonia 95.7 FM, site e aplicativo. A produção e captação do conteúdo, imagens, áudios e vídeos, incluem uma peregrinação semanal pelo interior para conversar com as famílias. Cada ano é definido um tema, em 2019 “Sucessão Rural”, 2020 “O envolvimento das famílias com as comunidades do Interior”, 2021 “Cooperativados: uma relação mútua” e 2022 “O protagonismo feminino na agricultura. Essas Mulheres”.

Confira as fotos da propriedade de Fabiana Cantelli De Cesaro:

Fabiana faz o convite para acompanhar o programa:

 

OUÇA O PROGRAMA COMPLETO – 05/11/2022

 

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Fotos e vídeo: Gleici Trois