Aqui é Meu Lar vai a Caravagetto e conta a história da família Rezzadori que trabalha com produção e comércio de frutas

A Miriam Caravaggio 95.7 FM, veicula neste sábado dia 28 de outubro de 2023, o quinto programa “Aqui é Meu Lar”, com o tema “Pés no interior, olhos na cidade. Volta às origens” O tema aborda pessoas que vivem no interior e estudam na cidade, ou que por muito tempo tiveram uma vida urbana e decidiram ir para o interior produzir, nascidos, ou não no interior. Os destaques da entrevista, Sérgio Rezzadori, 56 anos, Miguel Rezzadori, 18 anos e Augusto Rezzadori, 23 anos, moradores da Capela Nossa Senhora de Caravaggio – Caravagetto (4º Distrito de Farroupilha). Eles trabalham na produção e comércio de frutas com a empresa Irmãos SR.

Sérgio permanece até hoje na mesma propriedade onde nasceu. Oriundo de uma família de imigrantes, seu bisavô veio da Itália e fixou moradia em Caravagetto onde seu avô seguiu, passando a função para Arlindo Rezzadori e Terezinha Rezzadori, (in memoriam), pais de Sérgio. O pai depois de fazer a vida na agricultura, hoje com 88 anos, reside em Caxias do Sul. Sérgio ficou na colônia e segue o trabalho herdado da família Rezzadori e não pretende deixar o ofício. Seu maior desafio é fazer com que os filhos não desistam da atividade, a qual acredita que com boa rentabilidade poderá atrair os herdeiros.

Com os dois filhos e o irmão Sadi Antônio Rezzadori,  Sérgio produz uva bergamota e caqui. Para completar o volume pedido pelos compradores foi criada a empresa Irmãos SR, que compra a quantidade necessária para atender os clientes, com a aquisição de outras variedades de produtores da região. Depois de embalada no pavilhão da empresa, em Caravaggeto, a mercadoria é transportada para os estados da Bahia, Matogrosso, Santa Catarina e Paraná. A área plantada ocupa em torno de 15 hectares. A empresa está estruturada com uma câmara fria, máquina para lavagem da fruta e dois caminhões de transportes, que leva o produto onde o cliente solicitar. A uva niágara branca e rosa predomina, pois é a que tem maior procura pelos compradores da Irmãos SR, mas a produção é incrementada com a variedade vênus.

Sérgio explica que por produzir em um área de maior calor em relação a outras regiões de Farroupilha, é lucrativo cultivar variedades precoces, como o caqui chocolate (caqui café), que segundo ele, não necessita de tratamento. Essa fruta é consumida, no Matogrosso, Bahia e Paraná. O cultivo da bergamota ponkan e montenegrina está baseado no clima da região, já que não são todas as variedades que se adaptam ao clima quente. Cita como exemplo a maçã, que precisa de muito frio e por isso não tem como cultivar no local. A produção de uva chega a uma média de 160 toneladas ao ano, o caqui beira a 40 toneladas e a bergamota se aproxima dos 70 mil quilos. Entre a produção e compra de terceiro, a empresa comercializa cerca de 900 mil quilos de frutas por ano.

Miguel tem 18 anos e ajuda o irmão Augusto na entrega das frutas na região. No momento está sem estudar, mas concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual São Tiago em Farroupilha. Ele disse que sempre gostou de trabalhar com frutas e ver os produtos sendo transportados no caminhão, por isso pretende continuar com a atividade que desempenha atualmente. O jovem agricultor não sente necessidade da vida urbana, pois onde mora possui todas as condições para ter qualidade de vida, internet e conforto, principalmente autonomia no trabalho. Na maior parte dos finais de semana visita a mãe, que reside em Caxias e aproveita para curtir a vida nos espaços de lazer que a cidade oferece.

Augusto tem 23 anos e está no quarto semestre em Administração de Empresas na Universidade de Caxias do Sul (UCS). Ele conta que quando concluiu o Ensino Médio, foi para a cidade trabalhar como barbeiro, mas retornou para agricultura depois que recebeu uma proposta do pai, para trabalhar na produção e comércio de frutas em Caravagetto. O jovem empreendedor segue à risca a gestão do negócio, alerta que o transporte das frutas precisa ser feito com cuidado, pois podem sofrer danos e diminuir o valor e a credibilidade com os clientes. Ele conta que uma viagem à Bahia, por exemplo, demora em torno de cinco dias.  O principal gestor da empresa é o seu pai, mas Augusto adianta que está se preparando para assumir a função, por isso cursa Administração.

A entrega da produção e o volume comprado de terceiros segue uma logística a partir da necessidade do cliente. Quando o pedido for somente uma variedade, o carregamento acontece no local da empresa em Caravagetto, ou seja, carga fechada, mas quando for pedido misto a distribuição acontece à domicílio. Sérgio conta que um cliente de Santa Catarina, em todas as safras, carrega em Caravaggeto até três bitruck por semana. A empresa compra outras frutas de pelos menos 40 fornecedores da região. A iniciativa de criar a Irmãos SR, partiu da grande procura dos clientes e quando a produção se tornou insuficiente para atender o mercado. A Brasfruti, uma empresa nacional, é um cliente anual que compra da Irmãos SR e distribui na Bahia e Matogrosso. “Ela carrega o ano inteiro, paga certinho, então a gente ficou animado. Hoje a gente trabalha mais do que o dobro para atender a demanda, trabalha mais, mas a gente tem um faturamento melhor, por isso que a gente está tocando assim”, relata.

Augusto disse que está satisfeito trabalhando na agricultura, pois a pesar da previsibilidade de ganho estar condicionada, inclusive, às intempéries, ele vê maior renda e melhor qualidade de vida no interior. Já passou pela  experiência de morar na cidade, mas não se adaptou e decidiu deixar Caxias e regressar para à agricultura. A atividade na produção ou na compra de produtos de terceiro e a posterior distribuição, não permite folga temporária, mas com a gestão do negócio é possível atender a demanda e ter boa rentabilidade. Augusto até vislumbra para o futuro contratar funcionários para diminuir a carga de trabalho.

Em meio a alegria do trabalho e vendo que os negócios estão fluindo, a família não esconde a dor da perda de Robson Rezzadori, que há dez anos perdeu a vida em um acidente de trânsito em Vila Cristina. Ele é filho de Sadi Antônio Rezzadori e estava no volante no momento do acidente. Os primos, Augusto e Miguel, lembram com muita dor a morte de Robson,  hoje um dos caminhões traz em sua carroceria uma homenagem ao primo com diversas fotos na parte frontal com os dizeres: Robinho, para sempre te amaremos, jamais te esqueceremos.

A hierarquia da empresa está organizada com o Augusto na logística, que faz a entrega das mercadorias, com o apoio do irmão. A embalagem das frutas e a produção estão sob a responsabilidade de Sérgio. Assim, os Rezzadori, moradores de Caravagetto, seguem trabalhando de forma organizada e com gestão. Produzem e complementam as cargas para venda, com a compra de outros produtores de frutas, fomentando e ampliando o setor de hortifrutigranjeiros da região.

Miguel se atreve aconselhar os jovens agricultores que estão na dúvida sobre o futuro. “Cara eu acho que você tem de fazer o que gosta, não adiante tu ir num serviço, que eu acho que não é para mim. Tem de ir atrás daquilo que tu gosta para trabalhar, se não, não vai estar realizado”, avisa. Augusto aconselha para que ouçam os pais. “Valorizem o que o pai e a mãe falam, é ruim as vezes, você ter uma expectativa e ela ser descumprida”, aconselha.

Sérgio sente-se orgulhoso em ter os filhos trabalhando juntos na agricultura. “ Isso para mim é um orgulho, porque hoje em dia, poucas pessoas, daqui da volta tem uma meia dúzia, o restante todo mundo foi para a cidade. Sabendo que eu já estou chegando nos 57, estou ficando mais velho e os guris vão tocar, porque esse ramo que a gente tem ai, é um ramo que você tem de conquistar, não é que ele veio. Teve que correr atrás disso ai, então dá um orgulho de ver que eles vão tocar o nosso caminho, se não a gente vai ficando velho e vai desistir. É um ramo que se ele é bem trabalhado é rentável”, garante.

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Galeria de Fotos: Rafaela Vargas