Aqui é Meu Lar deste sábado vai à Vila Jansen conversar com a família Giacomelli que produz uva e pêssego

A Rádio Miriam Caravaggio apresenta neste sábado, 27, a nona entrevista dentro do projeto “Aqui é Meu Lar”. Este ano o foco é o cooperativismo, com o tema, Cooperativados: uma relação mútua. O programa aborda a trajetória das famílias associadas às mais diversas cooperativas ligadas direta ou indiretamente aos agricultores. As entrevistas ressaltam a importância do sistema para o crescimento e desenvolvimento da agricultura no município de Farroupilha, na caminhada das famílias, que tem no cooperativismo uma forma de produzir com segurança e rentabilidade. Também, o processo de compra da produção, assim como na assistência técnica, qualificação, financiamentos para a estrutura das propriedades, aquisição de insumos, sementes e equipamentos. O projeto vai até o dia 18 de dezembro, todos os sábados às 10h da manhã.

O nono programa deste ano é com a família Giacomelli na Vila Jansen (2ª Distrito de Farroupilha). Associada à Cooperativa São João, a família trabalha com a produção de uva e pêssego. São duas propriedades que somam 36 hectares e apesar de íngremes, abrigam nove hectares de uva, que chega a uma média de 180 toneladas ao ano e cinco hectares de pêssego, onde são colhidas aproximadamente 50 toneladas por ano da fruta. As variedades da uva são diversas, Ancellotta, Moscato Dieal, Moscato comum, Chardonny, Carmem, Cora, Violeta, Lorena, Isabel, Pinot Noir e para a safra deste ano foi incluída a Tannat. Toda a produção de uva é enviada para a Cooperativa São João, na Vila Jansen.

São quatro membros da família, Sandro Alberto Giacomelli, a esposa Márcia Maria Pandolfi Gioacomelli e os filhos Alessandra Giacomelli, 24 anos de idade e José Antônio Giacomelli com 17 anos. Sandro tem 49 anos de idade e nasceu na Linha 100, se mudou para a terra onde vive atualmente há pelo menos 45 anos, mora ao lado do seu único irmão,  inclusive é seu sócio. Ele conta que no começo as dificuldades eram muitas, naquela época se plantava feijão, trigo, milho e arroz, muito mais para sobrevivência do que para comercializar, sendo que o trabalho era todo manual. Com o tempo a família foi evoluindo para o cultivo de uva e pêssego.

Márcia Maria Pandolfi Giacomelli, é natural de Mato Perso e conheceu Sandro em uma tarde de fim de ano, pois tinha por hábito ajudar seu tio e o nono na Linha Rio Branco, na Vila Jansen. O cupido chegou até Márcia de carretão e transportando melão. Naquela inesquecível tarde, Sandro chegou até a casa do tio e do nono de Márcia para doar alguns melões (Cucumis melo), pois era produtor da fruta pertencente a família dos Cucurbirtaceae,  além de vender, Sandro presenteava amigos com algumas unidades. Sandro parou o carreto próximo de uma taipa para fazer a entrega ao tio de Márcia. Ela, ao ver aquele moço não resistiu tanta elegância e ficou paralisada com sua performace em meio ao agradável aroma dos Cucumis melos. “Em me encantei por aquele rapaz, achei ele assim, bem bonitão e pelo jeito dele, tinha um jeito bem encantador”, lembra.

Sandro, no entanto, não percebeu o encantamento da jovem e a vida seguiu. Mas mesmo assim o destinou não separou os dois. Márcia seguia anualmente a rotina de ajudar o tio e o nono na colheita da uva e do pêssego, todos os finais de ano. Sandro terminava a safra antes e  depois ajudava o vizinho, justamente na família onde Márcia frequentava. Bem, cada um seguiu em frente, Sandro, assim como Márcia, estavam namorando, mas ela nunca perdeu o interesse pelo rapaz do carretão de melão. Passado um tempo, ele descobriu que caíra no encanto daquela moça a qual conhecera na casa do vizinho. Diante disso, decidiram dar vazão aos sentimentos e iniciar o namoro. Isso aconteceu há 29 anos, quatro anos depois Sandro e Márcia se casaram e assim iniciou uma história que deu frutos, Alessandra e José Antônio.  Alessandra trabalha na Cooperativa São João e José Antônio estuda, mas quando estão em casa eles ajudam os pais nos afazeres domésticos e no cultivo da uva e do pêssego.

Márcia é natural de Mato Perso e quando morava com seus pais trabalhava na agricultura, como a família tinha negócios com serraria e terraplanagem, a produção era mais com finalidade de subsistência do que comercial. Márcia trabalhou também alguns anos como telefonista na subprefeitura de Mato Perso. Quando casou com Sandro foi morar onde vive até hoje e sempre ajudou na produção e administração da propriedade. Ela disse que é feliz trabalhar com os filhos e o marido, embora em alguns momentos sentiram-se desanimados devido as dificuldades que a agricultura impõe, entre elas, as incertezas causadas pelas intempéries e a falta de valorização do produto. “Agente teve vontade de desistir, mas acho que a parte da terra foi maior, os nossos pés no chão ficaram, agente permaneceu e vamos firme…”, afirma.

Alessandra Giacomelli tem 24 anos e trabalha na Cooperativa São João, desde os 16 anos de idade, mas quando está em casa tem participação direta junto aos parreirais e pomar de pêssego. A sua função na São João é no setor de vendas com tercerizados. Ela disse que desde nova começou a trabalhar para ajudar a família como retribuição ao carinho e esforço dos seus pais. Ela é formada em Viticultura e Enologia pelo Instituto Federal em Bento Gonçalves. “Foi para ter um auxílio voltado ao meu trabalho, saber falar sobre o meu produto, ter um conhecimento e também no que precisasse dar um apoio para a família. Venho de uma geração que todos trabalham na agricultura, todos sabem como lidar, mas ter novas ideias, novos modos de trabalhar na agricultura, aprimoramento é bem importante”, acrescenta.

COOPERATIVISMO

A família Giacomelli é sócia da Cooperativa São João desde a fundação em 1931, há registros de que Desidério Giacomelli foi um dos fundadores. Sandro entrega uva para a cooperativa há mais de 35 anos, mas seu pai já integrava o quadro de associados e isso passa de 40 anos. Ele diz que a cooperativa evoluiu muito, “desde que comecei era tudo pipa de madeira e hoje é tudo de aço”, conta. Sandro ressalta que a estrutura existente hoje permite agilidade na entrega da carga de uva, pois em poucas horas é descarregada do caminhão. Para ele é muito importante ser associado “pois assim agente sabe para quem entregar a uva e tem a garantia do retorno e assim o associado cresce junto”, recomenda.

Alessandra lembra que a cooperativa iniciou em 1931 com 84 sócios-fundadores e hoje ultrapassa a 480 famílias. Ela exalta a política da cooperativa que é criar um ambiente de relação mútua entre funcionários, sócios-fundadores e direção. Márcia entende que uma das melhores coisas que um agricultor possa fazer é ser cooperado, pois a cooperativa dá segurança para quem produz na  entrega da colheita. Para ela, os associados tem a certeza que vão receber pelo menos o valor mínimo estipulado do produto, além do lucro ser distribuído entre os cooperativados.

Confira as fotos da propriedade da família Giacomelli:

Alessandra Pandolfi Giacomelli faz o convite para acompanhar o programa:

 

PROGRAMA COMPLETO

PATROCINADORES

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Livraria e Papelaria Paraná – Livros, brinquedos, material de escritório e tudo em material escolar. Rua Júlio de Castilhos, 734, em Farroupilha. Telefone 3261-3667.

Coopervil – Completa linha de insumos e defensivos agrícolas para a agricultura com orientação técnica. Rua Egídio Zamboni, 277. Telefone 3268-9373.

Costi Comércio de Tintas – A casa mais completa em tintas da cidade de Farroupilha. Na Júlio de Castilhos, 593. Telefone 3268-3681.

Cooperativa Nova Aliança – Da terra com o amor da nossa gente.

Fotos: Gleici Trois e Sebrae