Agricultores aguardam ajuda prometida pelo governo federal para prejuízos com a estiagem após manifestação

Os agricultores encerram a manifestação nesta quinta-feira, 31, com a expectativa não tão boa como se imaginava, mas que pode amenizar os prejuízos causados pela estiagem. Uma medida provisória publicada no Diário Oficial da União na última quarta-feira, 30, liberou R$ 1,2 bilhão do orçamento de 2022 para oferta de crédito rural. A verba irá beneficiar agricultores afetados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Serão beneficiados produtores somente dos municípios que decretaram situação de emergência ou estado de calamidade pública.

O município de Farroupilha não se enquadra nessa medida, pois não chegou a ter homologado o pedido de emergência. De acordo com a Defesa Civil do RS, das 497 cidades do estado, 425 decretaram emergência e 410 tiveram os documentos homologados pela União. Os recursos vão permitir descontos de financiamentos contratados pelos agricultores beneficiados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura (Pronaf). Os agricultores pleiteiam 50% do valor, mas já há informações que será menos. O desconto máximo é de 58,5% de parcelas com vencimento de 1º de janeiro de 2022 a 30 de junho de 2022. Os produtores beneficiados não devem ser cobertos pelo Proagro ou pelo Seguro Rural.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Farroupilha (Sintrafar), Márcio Ferrari, disse que os agricultores estão sempre correndo atrás dos prejuízos, por falta de uma política pública para o setor. Ele destaca que os produtores estão solicitando também junto o governo do estado, créditos com juro zero para a próxima safra, mas acredita que talvez se consiga apenas o bolsa estiagem e não será para todos os agricultores.

Desde terça-feira, 29, agricultores protestaram nas sedes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Secretaria Estadual da Agricultura, em Porto Alegre. Os trabalhadores pedem providências dos governos em razão das perdas provocadas pela estiagem que atingiu o estado no início deste ano. Na quinta (31), produtores vinculados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag), que já estavam no MAPA, ocuparam o prédio da Receita Federal.  Sobre os pedidos apresentados pelos produtores ao governo do estado, a Secretaria da Agricultura afirma que estuda um auxílio emergencial de um salário mínimo para famílias em situação de vulnerabilidade social.

Foto: Márcio Ferrari