Aqui é Meu Lar desse sábado conta a história de superação e ousadia de Margarete e Roberto Biazolli

A Miriam Caravaggio 95.7 FM, veicula neste sábado, 22, o quarto programa “Aqui é Meu Lar”, com o tema “Essas Mulheres”, que trata do protagonismo feminino na agricultura e aborda o trabalho da mulher no interior, com sua visão empreendedora, capacidade de gestão, as dificuldades e os avanços diante de uma sociedade conservadora e preconceituosa. O destaque da entrevista é Margarete Pletsch Biazolli, moradora da Linha Jacinto, comunidade de Santo André, 2º Distrito de Farroupilha. Uma família de agricultores que trabalha também com um espaço para eventos e integra o roteiro turístico Farroupilha Colonial.

Margarete nasceu em Novo Hamburgo e em 1994 foi morar em Carlos Barbosa, quando conheceu Roberto Braz Biazolli em um baile no antigo Salão Flasch, onde aconteciam bailes todos os finais de semana. O casamento aconteceu em 1996, quando Margarete foi morar com Roberto, na Linha Jacinto. Ela lembra que não foi muito difícil localizar Roberto naquela noite no salão. “Difícil não ver né, porque ele brilha muito e continua brilhando até hoje”, elogia.  Conta que era um moço tímido. “Pensa num menino tímido, mas ele chegou e chegou junto, sabe, quando as coisas do universo conspiram e elas têm que acontecer dessa forma, e foi assim”, relata. O tempo de namoro foi curto, o casal tratou de providenciar a união e começar uma nova vida que iniciou cuidando da família de Roberto com dois irmãos portadores de deficiência.

Roberto nasceu na mesma propriedade onde reside até hoje com Margarete, na terra dos pais, a qual coube a ele dar sequência e cuidar de dois irmãos com deficiência. Cumpriu sua missão até o final e agradece por ter contado com o apoio de Margarete. “Graças a Deus encontrei uma mulher batalhadora”, elogia. Além de trabalhar na área de turismo e eventos, o casal produz uva e pêssego em uma área de oito hectares de terra, sendo quatro para a parreira e dois para o pêssego. Roberto vem de uma família de seis irmãos, sendo ele o caçula. Problemas de saúde, saída dos filhos para trabalhar na cidade e a necessidade de investir no espaço Biazolli e no Casarão Biazolli, ele vendeu 16 hectares.  Hoje ele produz em torno de 100 toneladas de uva e em torno de 40 toneladas de pêssego ao ano.

Nos anos noventa, Roberto montou uma câmara fria juntamente com mais 12 sócios para embalar e armazenar o pêssego, que antes era entregue para a extinta CESA, em Caxias do Sul. Com o tempo os sócios foram saíndo para trabalhar com o seu próprio negócio e a câmara fria de Biazolli foi ficando ociosa, já que sua capacidade era para 80 toneladas. Diante da situação o negócio começou a não ser mais lucrativo e era preciso tomar uma decisão, foi quando Roberto e Margarete decidiram vender a câmara fria. Margarete sugeriu transformar em um espaço de eventos já que os equipamentos foram vendidos e ficou somente o pavilhão. Para Roberto era algo impensável, por se tratar de uma propriedade do interior, com estradas sem asfalto e pouco conhecimento na área. “Eu disse é um pouco ousado, mas eu disse: vamos lá, estou dentro, abracei a causa e fizemos o espaço de eventos. Vendemos um pedaço de terra sim, para fazer esse empreendimento, porque nós tínhamos uma ideia e foi totalmente outra, foi muito dinheiro”, conta.

Roberto revela que na época os dois foram taxados de loucos na região, duvidavam que daria certo um espaço de evento em um lugar distante da cidade e sem todas as condições de acesso. “Mas com a graça de Deus está um sucesso”, agradece. Se no espaço e no Casarão, tudo o que agrega ao projeto tem o olhar ousado de Margarete, na parte de construção e na engenharia tem as mãos de Roberto. Ele conta que nos finais de semana, enquanto alguns gostam de ir nas bodegas jogar carta e se encontrar com os amigos, ele escolheu ficar com a família, construir e cuidar do ambiente.  Conta que a ideia deu certo e revela que, nos dias dos pais, já ganhou presentes como makita, furadeira e outras peças que sugerem continuar com seu trabalho de marcenaria e carpintaria. As pontes, playground, brinquedos no pátio para as crianças e parte dos quartos no casarão foram construídos por ele.

Margarete é descendente de alemães e diz que, embora tenha também sangue de italiano por parte da mãe, acredita que o alemão é muito festeiro, gosta de festa e alegria. “O sorriso dos outros nos alegra também, então aquilo contagia”, acredita. O casal passou por muitas dificuldades, com a velhice dos pais de Roberto e com os dois irmãos deficientes, o ambiente se tornou um pouco triste. Foi quando decidiram adotar um casal de filhos, ainda crianças, com três meses de diferença na idade. Hoje estão com 24 anos. Assim entenderam que era hora de colocar alegria na casa com as crianças e realizar sonhos. Estava decidido que o caminho era criar algo que incorporasse a esse novo ambiente, então surgiu o Espaço Biazolli, onde era a Câmara Fria. “Não foi fácil para vender o elefante branco, porque eu precisava do dinheiro, mas conseguimos vender e hoje está ai, o espaço que já foi cenário de dezenas e dezenas de realizações de sonhos, sorrisos, alegria, bom humor, tudo aquilo que a gente necessita tanto”, alegra-se Margarete.

O espaço de Eventos Biazolli é um local diferenciado que oferece aos clientes, serviços de buffet, decoração, DJ e sonorização, através de uma equipe da própria casa, para entregar aos contratantes o conforto e segurança durante o evento. O ambiente é familiar apesar de ser um negócio, os quatro filhos que trabalham fora se juntam quando tem os eventos para ajudar nos serviços de garçons e cozinha, onde Margarete não abre mão de acompanhar e ajudar durante a preparação do cardápio. Ela faz questão de manter a característica caseira dos alimentos com a fabricação do pão no forno de barro, produção do espaguete e macarrão na máquina antiga, somente com ovos colonial. É um cardápio típico colonial, recheado de alegria e prazer de bem servir os clientes. “O cardápio é excelente, não fazer para os outros o que a gente não gostaria que fizessem para a gente, mas fazer para os outros exatamente o que agente queria que fizessem para nós”, recomenda.

O Casarão Biazolli está dentro do roteiro Farroupilha Colonial, oferece para os visitantes festas menores como o Filó e disponibiliza refeições para os hospedes.  O andar superior é uma pousada com quatro quartos no modelo antigo, mas com confortos que não haviam na época e um sótão. Para a temporada de verão serão servidos tábuas de fria, lanches nas mesas com guarda-sol, paletes e música. O prédio foi totalmente restaurado seguindo as características próprias, depois que sofreu um sinistro no ano passado. O imóvel era dos avós e pais de Roberto, onde ele nasceu e cresceu. A parte inferior ainda preserva as mesmas pedras que existiam antes do incêndio e que restaram dos entulhos, que segundo Roberto, é um pouco da história e servirá para relembrar a antiga moradia dos antepassados para as novas gerações.

Roberto e Margarete, um casal de muitas histórias. Empreendedores no interior de Farroupilha no ramo de eventos e turismo aliados à agricultura. Margarete, uma mãe, esposa, empreendedora e companheira, capaz de transformar o interior de uma antiga Câmara Fria em um espaço requintado, sofisticado, aconchegante e genuíno, onde a preocupação é servir bem os clientes e proporcionar a a eles a realização de sonhos, como casamentos, formaturas, aniversários e encontros corporativos.

Roberto agradece a Deus por ter conhecido Margarete e garante que está diante do amor de sua vida e de uma mulher de muita fibra e determinação. “É de coração mesmo, porque ela veio e abraçou minha causa, eu tinha meus pais idosos e meus dois irmãos com deficiência. Ela poderia dizer, isso não é para mim. Com certeza eu acredito que o amor é o que prevalece então, eu amo ela e com certeza é recíproco. Quando tu tem uma mulher no teu lado que quer fazer e eu parceiro de todas as horas, não tem como dar errado. Nunca ia passar pela minha cabeça de criar isso, mas tem que ouvir um ao outro e com certeza Margarete é a mentora de tudo isso”, elogia.

Para Margarete, nas hortas difíceis é preciso se reinventar e ressurgir das cinzas. “Não precisa começar grande, começe pequeno com tábua de trinta, a gente vai se reinventando, não tenha medo, toque em frente, se você tem um parceiro, alguém que tu sente firmeza, não é fácil, muitas vezes dá medo sim, mas daí a gente diz: sai para lá medo, porque eu vou vencer. E vai, mesmo por pequenas coisas, não deixa teus sonhos. A gente vem para esse plano só com uma obrigação, ser feliz, as vezes a gente não é, mas temos que tentar, tentar e tentar ser feliz, e, fazer feliz”, recomenda.

AQUI É MEU LAR

É um projeto da Miriam Caravaggio 95.7 FM, que propõe aproximar ainda mais a emissora do interior de Farroupilha. Constitui-se em uma proposta específica que envolve esses moradores, com abrangência no município. “Aqui é Meu Lar”, visa discutir a sucessão rural, o protagonismo feminino na agricultura, as condições dos nossos agricultores, envolvimento com as comunidades, o cooperativismo e as políticas públicas e seus direitos.

O programa está em sua quarta edição e é veiculado nos meses de outubro, novembro e dezembro, aos sábados, às 10 horas, na sintonia 95.7 FM, site e aplicativo. A produção e captação do conteúdo, imagens, áudios e vídeos, incluem uma peregrinação semanal pelo interior para conversar com as famílias. Cada ano é definido um tema, em 2019 “Sucessão Rural”, 2020 “O envolvimento das famílias com as comunidades do Interior”, 2021 “Cooperativados: uma relação mútua” e 2022 “O protagonismo feminino na agricultura. Essas Mulheres”.

Confira as fotos da propriedade de Margarete Pletsch Biazolli:

Margarete faz o convite para acompanhar o programa:

 

OUÇA O PROGRAMA COMPLETO – 22/10/2022

 

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Fotos e vídeo: Divulgação/Espaço Biazolli e Gleici Trois