Aqui é Meu Lar deste sábado vai a Monte Bérico para contar a história da família Schiochet

A Miriam Caravaggio 95.7 FM, veicula neste sábado dia 21 de outubro de 2023, o quarto programa “Aqui é Meu Lar”, com o tema “Pés no interior, olhos na cidade. Volta às origens” O tema aborda pessoas que vivem no interior e estudam na cidade, ou que por muito tempo tiveram uma vida urbana e decidiram ir para o interior produzir, nascidos, ou não no interior. O destaque da entrevista é a família Schiochet, de Monte Bérico, (2º Distrito de Farroupilha). Uma história que mostra a integração entre pais e filhos no trabalho da agricultura, um verdadeiro modelo de sucessão rural, no cultivo de cebola, pimentão, milho e uva.

Luiz Schiochet, 53 anos, nasceu e se criou em Monte Bérico, tem dois filhos: Maurício e Mateus. Produz em uma área de dez hectares e colhe anualmente uma média de 150 mil quilos de uva das variedades Bordô, Isabel, Moscato Embrapa, Sivilar e Carmem. A produção é entregue para fazer vinho em São Marcos e Flores da Cunha. Os cerca de 70 mil quilos anuais de cebola e as mil caixas de pimentão, são absorvidos pela Copel em Farroupilha. Luiz explica que a iniciativa da diversificação da produção vem de encontro à rentabilidade da família, pois com a diversidade, colhe praticamente todas as épocas do ano. Para a produção de parreira, cebola e pimentão se utiliza mão-de-obra mecanizada e manual, mas para o cultivo do milho aplica-se toda a tecnologia.

Maurício Schiochet é o filho mais velho de Luiz e Evanice, ele tem 25 anos e se formou há cerca de um mês em Tecnologia em Horticultura pelo Instituto Federal de Bento Gonçalves. Juntamente com o irmão, Mateus,  é responsável pelo cultivo da cebola e do pimentão, enquanto o pai cuida das perreiras. Maurício quer ser um dos sucessores da família, por isso, foi estudar para buscar conhecimentos e aplicar na propriedade, aliados à experiência de trabalhar na lavoura. Já pensou em sair de casa, mas o amor pelo que faz falou mais alto. “Já passou, mas não falou mais alto, falou ficar aqui e continuar na propriedade, nessa área, aqui na lavoura, mesmo embaixo do sol, na terra mesmo”, brinca. Maurício conheceu em abril, Raissa, uma jovem paulistana que reside na capital de São Paulo e estão namorando. Ela já o visitou em Monte Bérico. Ele lembra que apesar de serem de regiões diferentes, os tempos de hoje facilitam a convivência mesmo à distância e com costumes opostos.

Na propriedade, Maurício vislumbra, lá na frente, incrementar a produção com alface hidropônica, mas por enquanto é apenas uma ideia. Em relação aos conhecimentos que adquiriu no Instituto, ele conta que está utilizando, principalmente no posicionamento do tratamento, escolha da adubação e manejo das plantas. “O que me marcou foi um dia, quando um professor disse, vocês estão vindo aqui não é porque vocês não sabem trabalhar, mas é para entender o que está acontecendo. Muitas vezes na prática você sabe o que vai acontecer, mas você não entende porque a planta reage assim”, lembra. Ele comemora o fato de na sua região, devido a mobilidade e o acesso à tecnologia, muitos jovens estão ficando no interior.

Mateus tem 20 anos e estuda Processos Gerenciais no Instituto Federal de Farroupilha. Em casa ele ajuda o irmão no cultivo do pimentão e da cebola, quando sobra um tempo colabora nas parreiras. Ele diz que escolheu Processos Gerenciais para poder ajudar a propriedade na parte administrativa. Conta que está aprendendo controlar o estoque e cuidar com o desperdício, ou seja, onde é possível economizar gastos. Mateus é mais um filho de Luiz e Evanice que pretende permanecer na atividade. Ao contrário do irmão, neste momento não prioriza namorar, diz que está focado nos estudos.

Evanice Schiochet, nasceu e se criou em Monte Bérico, vinda de uma família de duas irmãs e dois irmãos. Ela e um irmão ficaram na agricultura, os demais residem em Caxias. Trabalha diretamente na plantação com os filhos e o esposo, enquanto dona Martinha, sua sogra, é responsável pelos afazeres domésticos e cuida dos animais e da horta. Evanice conta que sempre incentivou seus filhos estudarem e escolherem o futuro, não esconde a satisfação e a alegria de conviver com os dois filhos o dia-a-dia da agricultura. Dona Martinha, tem 80 anos e mora com eles na mesma casa. Ela é mãe de três filhos, Luiz, José e Paulo e perdeu o esposo há quatro anos, mas se sente feliz em conviver e trabalhar com o filho, nora e os netos na agricultura.

Luiz Schiochete, confessa que conheceu Evanice nos bailes na comunidade de Santo Antônio, em Monte Bérico. Sente-se feliz por ver seus filhos planejando permanecerem no interior. Acredita que contribui muito para isso, ao incentivar os dois jovens para novas ideias e o uso de tecnologia que facilita o trabalho. Ele aconselha aos pais que gostariam que os filhos seguissem na atividade, para que apoiem e deem liberdade para que os jovens possam expor suas ideias. “Com certeza sempre são ideias novas, sempre diferentes que as nossas, com certeza né”, aceita.

Maurício referenda as palavras do pai. “dar um espaço, deixa eu tentar, fazer um teste com uma cultura diferente, alguma coisa nesse sentido, para ir vendo, de repente o pai vai entendendo, num geral a família também, ele vai vendo como é que funcionam as coisas, vai entendendo como é que funciona, as vezes isso ajuda bastante”, avalia. Mateus entende que é importante os pais oportunizarem os filhos à novas ideias, mas defende que haja entendimento, pois na sua avaliação os pais também trazem conhecimentos que devem ser compartilhados.

Evanice entende que  trabalhar na agricultura é administrar sua própria empresa, mas para o bom andamento desse empreendimento, deve ser necessário que tantos os filhos como os pais tenham bom senso de dialogar e que cada um possa contribuir com suas ideias, respeitosamente. Ela acredita que a tecnologia e a diversificação de culturas podem ser uma boa estratégia para segurar o jovem na agricultura. A família planeja uma estufa hidropônica, um modelo de produção que não depende exclusivamente das intempéries. Dona Martinha aconselha à colônia, segundo ela, por mais difícil que possa se tornar, a agricultura sempre produz algo para comer.

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