Para evitar conflitos comércio ambulante está proibido no pátio do Santuário de Caravaggio

O comércio ambulante na área que envolve o pátio e estacionamentos do Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio, em Farroupilha, não será mais permitido. A exceção é para com os indígenas que já tem um local determinado mediante acordo entre a Promotoria Pública Federal, Santuário, Poder Público Municipal e Caciques das duas tribos, que estão autorizados e venderem o seu artesanato, mas dentro da área restrita. A medida foi tomada nesta terça-feira, 27, entre o Santuário e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, que usará das prerrogativas legais para inibir esse tipo de comércio, ou seja, o princípio da origem e o respeito ao espaço privado. A medida é uma resposta aos conflitos que vinham ocorrendo entre ambulantes e indígenas nos finais de semana na disputa da venda de suas mercadorias, no pátio do Santuário.

Em reunião com a titular da pasta Regina Ducati e o reitor do Santuário, padre Ricardo Fontana, ficou determinado que o município vai intensificar a fiscalização no local juntamente com os setores de segurança. A secretária explica que os ambulantes possuem Alvará para esse tipo de atividade, mas devem seguir a legislação. Já o Santuário por ser um espaço de origem privada, tem poder para organizar, disciplinar e até proibir esse tipo de comércio em suas dependências, com a finalidade de manter a sua essência, que é oferecer aos turistas, visitantes e devotos um local de contemplação, oração e reflexão. “Nós enquanto secretaria podemos ver a questão do ambulante, na verdade ele não é fixo, fica um dia num lugar e um dia no outro, ele tem Alvará, existe, porém, não pode estar prejudicando o fluxo de pessoas, não pode estar trancando vias públicas, também toda a questão da origem desses produtos, que dai já entra a questão tributária e de receita. Não é que a gente proíbe, não podemos fazer isso por causa da liberdade econômica, porém, existem normas a serem seguidas e por isso que  agente vem com os outros setores da prefeitura, Finanças e Gestão, para justamente fazer isso”, garante.

O reitor externa sua preocupação com relação aos conflitos que vinham ocorrendo no pátio entre os ambulantes e indígenas, na medida em que ambos disputavam clientes. Conforme ele, se criou um desconforto para os visitantes que buscam no Santuário um estado de paz e a acabavam se envolvendo em um ambiente que não é próprio de um local de oração e espiritualidade. “Nossa direção é sempre manter essa paz de espírito, reflexão e contemplação, manter o espaço sóbrio e limpo. As pessoas querem fazer seus registros fotográficos e não estavam mais conseguindo, porque se confundiam com o comércio em alguns pontos”, alega.

A secretária disse que nas páginas do turismo do município, tem pessoas reclamando que não conseguem fazer imagens porque eram atrapalhadas e perdiam a concentração. “As pessoas que eu converso, principalmente os peregrinos dos Caminhos de Caravaggio, que é um momento de reflexão e de muito agradecimento, a gente tem que respeitar, e se isso não está sendo respeitado precisamos atuar. A questão da segurança é muito preocupante, então a gente tem a obrigação de cuidar dessas pessoas e mais, não é bom somente para a questão da segurança, mas para a imagem do turismo. O padre Ricardo conta que os seguranças não conseguiam mais administrar e estavam sendo humilhados.

Conforme dados do Santuário, em alguns finais de semana o local chega receber cerca de 20 mil pessoas. Neste sentido, diz ele, aumenta a preocupação em manter a segurança dessas pessoas, por isso o local tem serviço de segurança privada e equipe que cuida dos banheiros e dos locais de visitação externa. “As pessoas estão vindo porque se  sentem seguras com esse investimento dos vigilantes, zeladoria e do acolhimento. Porém, daqui há pouco começam ser ofendidas e agredidas. Foi a partir do último domingo ouvindo um relato em áudio do Daltro, que coordena a parte da segurança interna, que sua equipe estava preocupada e não sabia mais o que fazer, que convoquei uma reunião emergencial com a Brigada e Prefeitura, até porque já tivemos fatos de agreções físicas. Quando parte para agreções físicas nós precisamos tomar providências.”conclui.