Aqui é Meu Lar vai até a propriedade da família Zanco na capela São José na Linha República

A Rádio Miriam Caravaggio apresenta neste sábado, 04, a décima entrevista dentro do projeto “Aqui é Meu Lar”. Este ano o foco é o cooperativismo, com o tema, Cooperativados: uma relação mútua. O programa aborda a trajetória das famílias associadas às mais diversas cooperativas ligadas direta ou indiretamente aos agricultores. As entrevistas ressaltam a importância do sistema para o crescimento e desenvolvimento da agricultura no município de Farroupilha, na caminhada das famílias, que tem no cooperativismo uma forma de produzir com segurança e rentabilidade. Também, o processo de compra da produção, assim como na assistência técnica, qualificação, financiamentos para a estrutura das propriedades, aquisição de insumos, sementes e equipamentos. O projeto vai até o dia 18 de dezembro, todos os sábados às 10h da manhã.

O décimo programa deste ano é com a família Zanco, capela São José, na Linha República (2ª Distrito de Farroupilha). Associada à Cooperativa Nova Aliança, a família trabalha na produção de uva e pêssego e reside em uma propriedade de 20 hectares. A produção de uva chega a 115 toneladas por ano em uma área com pouco mais de 3,5 hectares, que abriga as variedades da Isabel, Isabel Precose, Niágara Branca, Niágra Rosada, Concórdia e Bordô. A família adquiriu mais uma extensão de terra a pretende cultivar as variedades Malvasia e Magna. A produção de pêssego é de quatro toneladas produzida em meio hectare de terra.

Balduíno Benjamim Zanco tem 71 anos e é natural do município de Nova Roma do Sul, na comunidade de Gustavo Vaza. Ele chegou na propriedade onde mora há mais de 40 anos, para trabalhar como empregado com sua esposa Onilda Maria Gueno Zanco. Antes de se mudar para a terra onde mora, lá em Nova Roma, cultivava feijão, milho, trigo e arroz. Também trabalhava com bovinos e suínos e apesar da pouca produção sobrava alguma quantidade para vender. Depois que Balduíno e Onilda se mudaram para essa localidade, inicialmente, trabalhavam com parreira, pêssego e ameixa, mas sempre predominou o cultivo de uva.

Trabalhar na agricultura sempre foi a escolha de Balduíno por gostar da atividade. Ele ressalta que quando era jovem até pensou em ir trabalhar na cidade, mas por falta de estudos entendeu que não era possível conseguir um bom emprego, o que fez desistir da ideia. Balduíno e dona Onilda chegaram na propriedade com a promessa do antigo proprietário de que mais tarde venderia a terra para eles. Sem recursos, a única saída foi trabalhar para arrecadar o dinheiro para a compra. O casal tem três filhos, Claudimar, que mora em Canoas, Rudimar reside no município de Ivaiporã no estado do Paraná e Jucimar que decidiu ficar na agricultura junto com os pais. Balduíno e Onilda se orgulham ainda dos seus três netos.

Onilda é natural da capela São José e nasceu bem próximo de onde mora, conheceu o seu esposo na praça de Pinto Bandeira em uma festa de Nossa Senhora do Rosário, há 50 anos. O casamento com Balduíno ocorreu cinco anos após se conhecerem e já se vão 45 anos. Logo que se casou ela foi morar com o marido em Nova Roma do Sul, retornando para o local onde reside até hoje, dois anos depois, para trabalhar de empregados. Ela conta que na época o serviço era somente braçal e com isso impunha muitas dificuldades para o cultivo da uva. “Agente era nova, e agente enfrentava, enfrentava tudo assim, com muito carinho, agente trabalhou com amor”, confessa. Ela comemora hoje o fato de poder utilizar a tecnologia, o que facilita e propicia a ampliação da produção. Ela disse que é feliz por ter um dos filhos trabalhando junto na agricultura. Onilda não deixou morrer a tradição da dressa, ou seja, fazer tranças com palha de trigo e confeccionar chapéus. Para isso ela estoca um volume de palha em um galpão e diariamente apanha uma porção para fazer as peças, uma arte que faz parte dos costumes do interior, cujos chapéus são utilizados para proteger das intempéries.

Jucemar Zanco tem 35 anos e ainda é solteiro, mas pretende casar com Danieli Patrícia Girelli, sua noiva e vizinha. Com 11 anos ele chegou a ir estudar para padre no Seminário Nossa Senhora de Caravaggio, na congregação dos Pobres Servos, onde permaneceu por cinco anos. Dois anos de ensino fundamental em Caravaggio e três anos de ensino Médio no Seminário em Porto Alegre. Antes, seus dois irmãos já haviam saída de casa para estudar no Seminário, caminho que Jucemar seguiu mais tarde. Passado o tempo, ele descobriu que essa não era sua vocação e retornou para casa e por decisão própria decidiu ficar na agricultura com os pais, já que seus irmãos haviam optados pela cidade. “Naquela época meus irmãos já estavam fora e ficou a propriedade aqui para alguém tocar adiante os negócios, porque meus pais continuavam e como tinha muito serviço, sozinho não é fácil e eu sempre gostei da agricultura, sai mas eu sempre gostei, então voltei bem tranquilo e me dediquei a essa continuidade”, conclui.

Danieli Patricia Girelli é vizinha de Jucimar, essa situação pode ter facilitado para que o amor despertasse entre eles. Isso aconteceu há quatro anos, Jucimar custumava passar diariamente em frente a casa de Denielli e todas as vezes seu olhar era direcionado para a casa daquela moça, ela retribuiu, e com requinte de paixão seus olhos miravam a estrada por onde Jucimar passava. Esse sentimento o fez aproximar ainda mais a partir das novenas entre as famílias, momentos em que a coragem e o amor, fez com que os dois colocassem em prática aquilo que o coração de cada um, havia decidido. Danieli ajuda Jucimar e seus futuros sogros na produção de pêssego e uva, mas a data do casamento ainda não foi agendada, o que deve acontecer, provavelmente, a partir de uma boa safra de uva e pêssego. Trabalhar na agricultura não será problema para ela, pois com seus pais ajudava na produção de uva. Agora na família Zanco ela auxilia nos parreirais e afazeres domésticos.

COOPERATIVISMO

Balduíno é associada à Cooperativa Nova Aliança há 36 anos, Jucimar entrou há 15 anos. Antes eles eram sócios da Cooperativa Linha Jacinto que foi absorvida pela Nova Aliança em 2010. Jucemar destaca que ser sócio da cooperativa tem muitas vantagens, entre elas, a segurança da venda da produção e a participação do associado no movimento da cooperativa, “quando por exemplo, ela não quer mais trabalhar com tais tipos de uva, então você participa das reuniões, tu decide. Acho que essa participação é mais importante, porque daí você entende a tua produção, para que ela é feita, não é simplesmente produzir para entregar e trocar por dinheiro. Não, é produzir para fazer um bem maior, então acredito que a cooperativa é isso. Também tem a questão da remuneração, porque a cooperativa não é o lucro só para uma pessoa e sim para uma sociedade e assim acaba favorecendo bastante”, analisa. Ele destaca também a orientação técnica que a cooperativa oferece para o associado no momento de fazer os investimentos.

Confira as fotos da propriedade da família Zanco:

Jucemar Zanco faz o convite para acompanhar o programa:

 

PROGRAMA COMPLETO

PATROCINADORES

LNF Latino Americana – Atua nas indústrias de álcool de combustível e potável, açúcar, cerveja, sucos e nutrição através da Kera. Telefone (54) 2521-124.

Livraria e Papelaria Paraná – Livros, brinquedos, material de escritório e tudo em material escolar. Rua Júlio de Castilhos, 734, em Farroupilha. Telefone 3261-3667.

Coopervil – Completa linha de insumos e defensivos agrícolas para a agricultura com orientação técnica. Rua Egídio Zamboni, 277. Telefone 3268-9373.

Costi Comércio de Tintas – A casa mais completa em tintas da cidade de Farroupilha. Na Júlio de Castilhos, 593. Telefone 3268-3681.

Cooperativa Nova Aliança – Da terra com o amor da nossa gente.

Fotos: Gleici Trois